15 abril 2009

Quadrilha

Porque outro dia falei deste poema do Carlos Drummond de Andrade, pus-me a imaginar em quem seriam aqueles personagens de amores desencontrados:
O J. Pinto Fernandes, seria talvez um jovem abastado, casou-se com Lili, filha também de pais ricos, mais do que um casamento foi uma fusão empresarial. Com o tempo descobriram como se amava, um dia ele deu-lhe uma flor e ela corou...
Joaquim era dado a depressões, quando soube do casamento da Lili, não aguentou, procurou conforto no fundo das garrafas de vinho, mas como não encontrou aí as suas respostas acabou por procurá-la na ponta de uma corda... Lili nunca soube disto, aliás, nunca soube sequer da existência do Joaquim.
Maria, que sempre tinha amado Joaquim mas a quem ele nunca ligou nenhuma porque só pensava na Lili não suportou o fim de Joaquim, sem respostas no mundo material, refugiou-se num convento em procura de paz espiritual, não aguentou a severidade daquela vida enclausurada e acabou por sair, optando por viver solteira até ao final da vida e conversando com Joaquim como se ele estivesse presente.
Raimundo quando soube que a Maria amava o Joaquim, decidiu não interferir e quis levar uma vida de aventura, fez uma jangada de palitos para atravessar o Golfo do México mas escolheu mal a altura do ano, apanhou a época dos tornados, na sua laje escreveram:

"Aqui jaz Raimundo,
morreu ao dar a volta ao mundo..."

Teresa à semelhança de Maria procurou o conforto na vida espiritual, mas encontrou-se neste caminho, acabou por ir trabalhar como missionária para países Africanos.
O João emigrou para os EUA, mais precisamente para Hollywood, levava uma vida modesta de actor mas queria ser uma estrela, conseguiu chegar aos maiores estúdios... mas apenas a servir cafés e bolos...

1 comentário:

Joana Neto disse...

Adorei este. É a tua cara... :)